Augusto dos Anjos
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A fome e o amor
A um monstro Fome! E, na ânsia voraz que, ávida, aumenta, Receando outras mandíbulas a esbangem, Os dentes antropófagos que rangem, Antes da refeição sanguinolenta! Amor! E a satiríasis sedenta, Rugindo, enquanto as almas se confrangem, Todas as danações sexuais que abrangem A apolínica besta famulenta! Ambos assim, tragando a ambiência vasta, No desembestamento que os arrasta, Superexcitadíssimos, os dois Representam, no ardor dos seus assomos
A alegoria do que outrora fomos
E a imagem bronca do que ainda hoje sois. |
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
LEMBRANDO AUGUSTO DOS ANJOS!
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